Grito Surdo
 (2016), Cimento fundido, 20x30x22cm (cada) 20x600x500cm (aproximadamente). 
Grito Surdo discute a construção e as dificuldades de comunicação a partir da referência ao objeto megafone e sua função de amplificar a voz.
O megafone busca o coletivo através da emissão do som no espaço compartilhado, seja numa ação de grupo, comício ou manifestação. O som se estabelece como a estrutura de sentido que é modelada pela forma que amplia a comunicação. Em inglês a palavra Speaker se refere tanto ao objeto megafone como ao orador que fala.
Na obra o processo de comunicação é quebrado pela materialidade da obra. Já não é possível comunicar pois mais que silenciados os megafones concretados são objetos disfuncionais que perderam sua função e encontram-se petrificados como lembranças de discursos que nunca chegaram a emitir. Nesse sentido, sua força está na relação entre materialidade, forma e valor simbólico que transmitem ao olhar.
O trabalho é apresentado no chão do espaço expositivo e não possui a mediação do pedestal e seu caráter celebrativo. Assim, se apropria do espaço da galeria como contíguo ao espaço do mediador. Além disso, a repetição como estratégia compositiva em Grito Surdo faz referência ao desenvolvimento da escultura moderna e sua busca pelo espaço.