Camadas (José Guimarães)
(2021), Recorte e gravação a laser sobre papel ginryu sogi e caixa de acrílico. 103 x 83 cm.
O trabalho apresenta o retrato do estudante secundarista José Guimarães (1948-1968) morto em consequência de disparo de arma de fogo em cerco policial realizado pelos órgãos de repressão durante o episódio que ficou conhecido como a batalha do Maria Antônia em São Paulo.
O trabalho está em exposição permanente no Centro Universitário MariAntônia. Utilizando a própria arquitetura e a memória do prédio. Pagatini escavou a parede do edifício histórico revelando as camadas de tinta, concreto e tijolos da construção. Ao abrir essa janela pode-se notar as múltiplas temporalidades que perpassaram a construção.
Sobre a parede escavada Pagatini fixou um papel recortado. A variação das linhas do papel em contraste com o fundo escuro da parede escavada cria a percepção do retrato do estudante.
Segundo a conclusão da Comissão Nacional da Verdade: José Guimarães morreu em decorrência de ação perpetrada por agentes do Estado Brasileiro, com contexto de sistemáticas violações de direitos humanos, promovidos pela ditadura civil-militar, implantada no país a partir de abril de 1964.
Obra em exibição permanente no Centro Universitário MariaAntonia-USP.
Detalhe do papel recortado que através da variação da espessura da linha promove a percepção da imagem.